Obrigada pela visita, volte sempre!!!!!!

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sem mais, relaxei...

Às vezes as palavras são desnecessárias,

Deve-se então ouvir o coração, o soprar do vento,

Deve-se então sentir a alma do nosso próximo,

Deve-se buscar o subjetivo nas entrelinhas do objetivo,

compreender que muito se tem a fazer,

Que poucos são os recursos.

Poderia ficar aqui, falando deste tempo,

Enchendo os ouvidos de quem não conheço,

Com o conhecimento que adquiri,

E com o que deixei de adquirir também,

Mas quem é que conhece o que se diz conhecer?

Hoje, vejo as coisas com os olhos da verdade, da justiça,

Magoando mesmo,

E quem não aprende com o sofrimento?

Feliz dos que já sofreram, pois, estes sabem,

Sobreviverão.


Extensão, estender,

Pesquisar, colaborar,

Suar,

Resultados,

Palavras soltas,

Mas que juntas, fizeram a diferença.

Sinto-me satisfeita por ter peso,

E triste pelo peso que carreguei,

Quero mais, mas não posso,

Quero menos, mas preciso disso.

Conhecer, eis a palavra,

Perdoar?

Talvez!

Mais um ciclo,

Mais um adeus,

Eu preciso,

Mas não posso,

Eu quero, mas não consigo.

Digo que valeu,

Digo que não dá mais,

Curta não é a vida,

Curto é o tempo,

Momentos que passamos juntos,

Presciso me decidir,

Preciso de ti,

Segura minha mão ,

Sua criança quer paz!


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O CONTEXTO ENSINO – APRENZAGEM NA EJA.


A importância de se abordar uma temática de acordo com a realidade do aluno.


Analisando o contexto da EJA sob a ótica dos PCN e da LDB, temos a ambigüidade entre a teoria e a práxis, o que reforça a necessidade de criação de estratégias e metodologias mais eficientes. O descaso governamental com a EJA, seus professores mal qualificados e mal remunerados e as metodologias abordadas que em suma, infantilizam o adulto, acabam por induzir o fracasso e a evasão. Com isso, é válido salientar a importância de se abordar uma temática de acordo com a realidade dos alunos. A EJA carece de um ininterrupto aperfeiçoamento e adequação da proposta pedagógica às necessidades, à realidade dos alunos, com a finalidade de desenvolver cidadãos críticos e participativos, e não apenas indivíduos alfabetizados. O importante é conhecer o aluno, sua comunidade, suas experiências de vida, suas habilidades manuais, dentre outros aspectos que contribuam para o êxito no desenvolvimento da metodologia a ser aplicada. Isso poderá ser feito através de uma visita prévia à comunidade e/ou entrevista preliminar com os educandos. Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, ressalta que a prática pedagógica deve estar vinculada aos aspectos históricos e sociais dos educandos, visando à elucidação das questões que realmente importam para a comunidade. Em sua grande parte, a EJA é oferecida no turno noturno, onde seus alunos trabalham durante o dia, o que faz do professor de EJA um verdadeiro malabarista, dividido entre manter os alunos acordados, devido ao dia cansativo que tiveram, e proporcionar um conteúdo atrativo, para que os mesmos não desistam do processo escolar. É bem verdade que a maioria dos alunos sente-se satisfeita em somente aprender a escrever seus respectivos nomes, tendo o professor, mais um problema em seu fazer pedagógico. Tendo em vista estes entraves, é inútil utilizar-se de livros, cartilhas e outros materiais que aproximam o adulto da criança, abordando frases do tipo: Vovó viu a uva; Eu vi o avião; A pipa é de Pedro. Estes recursos descontextualizados não contemplam a realidade do público alvo da EJA. É neste sentido que a teoria sócio - interacionista de Vigostisk , enfatiza o processo de aprendizagem no qual o aluno aprende junto ao seu grupo social, ao passo que também constrói elementos integrantes do seu meio, inclusive o próprio conhecimento. A maioria dos docentes ainda associa o processo de lecionar a transmissão de conteúdos que precisam ser memorizados e procedimentos que devem ser reportados, dissociando assim, a educação do contexto sócio – histórico do aluno e inibindo o processo ensino – aprendizagem. Faz – se necessário o desenvolvimento de estratégias pedagógicas criativas e dinâmicas, comprometidas com os valores da comunidade da EJA, uma estratégia de adulto para adulto. Se o público alvo são jovens e adultos, oriundos das classes populares, temos que adaptar a metodologia à realidade de vida destes educandos, favorecendo a integração dos mesmos com os conteúdos que serão transmitidos. Cabe ao professor, criar seu próprio material didático junto aos educandos, aproveitando os recursos materiais e primordialmente, o material cultural existente na comunidade. Com isso, o primeiro passo é propor ao aluno a socialização do seu conhecimento pessoal com a turma e após, desenvolver atividades com base neste relato, valorizando o conhecimento prévio do aluno e assim, resgatando sua auto – estima e incentivando a integração dos mesmos na sala de aula.O que terminantemente deve ser extinta da EJA é abordagem infantil. O método Paulo Freire ainda é o melhor recurso a ser trabalhado em classes de EJA. A palavra geradora, as rodas de leitura e debates sobre temas de interesse comum, o cordel, o repente, dentre tantos outros. Os adultos têm pressa em alcançar resultados, logo, é importante descobrir o que eles já sabem. Em lugar de começar do zero, deve – se oferecer um, rico ambiente de alfabetizador, com diversidade de textos e de situações de aprendizagem. O método certo é aquele que dá certo.


Monique Bernardes.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

12º Coneb da UNE.




O CONEB-Conselho Nacional de Entidades de Base, ocorrerá de 17 a 20 de janeiro, em Salvador-BA. Trata-se do encontro de representantes de todos os Centros e Diretórios Acadêmicos do nosso país para deliberar sobre assuntos de interesse da comunidade universitária relativos à educação e mobilização estudantil frente aos entraves burocráticos da nossa sociedade, dentre outros temas. Este CONEB, decidirá o Anteprojeto de Reforma Univesitária da UNE. Sinto-me feliz por representar, enquanto delegada, o curso de Pedagogia da UFBA no mesmo. Faz-se necessária a real mobilização da juventude brasileira no que concerne os direitos estudantis.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AULAS E CURSOS NO YOU TUBE.


O YOU TUBE DISPÕE DE VIDEOS EDUCATIVOS ONDE ENCONTRAMOS AULAS E CURSOS DIVERSOS. BASTA COLOCAR "CURSO/AULA DE" NO NAVEGADOR DO SITE E ESCOLHER O QUE MAIS COMBINA COM VOCÊ!!!

domingo, 7 de dezembro de 2008

ORKUT E EDUCAÇÃO NA FACED.



PARA VOCÊ:

O ORKUT EDUCA OU DESEDUCA?
QUAL O SEU PONTO DE VISTA PSICOLÓGICO E SOCIAL SOBRE ORKUT?
O QUE TEM A DIZER SOBRE O TEMA?

ESTE VIDEO FOI FEITO POR MIM, IVANILDA, RALEIDE, MÁRCIO FELIPE E BRUNO, COM INTUITO DE SALIENTAR O NECESSÁRIO DEBATE SOBRE ORKUT E EDUCAÇÃO DENTRO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA- UFBA/FACED.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Blog Enquanto Ambiente Educativo.





SEM DÚVIDAS, O BLOG É MAIS UM ALIADO NA PRÁTICA EDUCACIONAL. AO SAIR DA MESMICE, DAMOS LIBERDADE AOS NOSSOS ALUNOS, QUE CONFIANTES EM SEUS POTENCIAIS, ALÇAM NOVOS VÔOS. DESCONHECIA O USO DO BLOG ENQUANTO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ANTES DE INGRESSAR NA EDC287, COM BONILLA É CLARO! ATRAVÉS DO BLOG, AS AULAS PODEM ULTRAPASSAR AS PAREDES DA ESCOLA, ABRINDO SEMPRE NOVAS POSSIBILIDADES DE ESTUDO/CONHECIMENTO E SOCIALIZAÇÃO DO MESMO. COM O BLOG, O CONHECIMENTO NÃO SE ENCERRA AO TÉRMINO DA AULA, MAS CONTINUA DE MANEIRA AMPLIFICADA POR TODO O TEMPO DISPONÍVEL DO ALUNO, EM QUE O MESMO POSSA INTERAGIR COM OS SEUS COLEGAS DE CLASSE E PROFESSORES SEMPRE QUE QUISER ( SÁBADO, DOMINGO E FERIADO...)O BLOG É UM MATERIAL DIDÁTICO DE PLANTÃO, ONDE O ALUNO PODE REALIZAR DIVERSAS ATIVIDADES DO SEU JEITO, NO SEU RITMO. SEMPRE DEMOCRÁTICO, O BLOG APRESENTA-SE PECULIAR E CHEIO DE SURPRESAS, COMO DEVE SER CADA AULA NOSSA DE CADA DIA!!!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fábrica de maus professores


Entrevista: Monica Weinberg


Uma das maiores especialistas em ensino superior
brasileiro, a antropóloga não tem dúvida: os cursos
de pedagogia perpetuam o péssimo ensino nas escolas




"Os cursos de pedagogia desprezam a prática da sala de aula e supervalorizam teorias supostamente mais nobres. Os alunos saem de lá sem saber ensinar"

Eunice Durham

Hoje há poucos estudiosos empenhados em produzir pesquisa de bom nível sobre a universidade brasileira. Entre eles, a antropóloga Eunice Durham, 75 anos, vinte dos quais dedicados ao tema, tem o mérito de tratar do assunto com rara objetividade. Seu trabalho representa um avanço, também, porque mostra, com clareza, como as universidades têm relação direta com a má qualidade do ensino oferecido nas escolas do país. Ela diz: "Os cursos de pedagogia são incapazes de formar bons professores". Ex-secretária de política educacional do Ministério da Educação (MEC) no governo Fernando Henrique, Eunice é do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, da Universidade de São Paulo – onde ingressou como professora há cinqüenta anos.
Sua pesquisa mostra que as faculdades de pedagogia estão na raiz do mau ensino nas escolas brasileiras. Como?
As faculdades de pedagogia formam professores incapazes de fazer o básico, entrar na sala de aula e ensinar a matéria. Mais grave ainda, muitos desses profissionais revelam limitações elementares: não conseguem escrever sem cometer erros de ortografia simples nem expor conceitos científicos de média complexidade. Chegam aos cursos de pedagogia com deficiências pedestres e saem de lá sem ter se livrado delas. Minha pesquisa aponta as causas. A primeira, sem dúvida, é a mentalidade da universidade, que supervaloriza a teoria e menospreza a prática. Segundo essa corrente acadêmica em vigor, o trabalho concreto em sala de aula é inferior a reflexões supostamente mais nobres.
Essa filosofia é assumida abertamente pelas faculdades de pedagogia?
O objetivo declarado dos cursos é ensinar os candidatos a professor a aplicar conhecimentos filosóficos, antropológicos, históricos e econômicos à educação. Pretensão alheia às necessidades reais das escolas – e absurda diante de estudantes universitários tão pouco escolarizados.
O que, exatamente, se ensina aos futuros professores?
Fiz uma análise detalhada das diretrizes oficiais para os cursos de pedagogia. Ali é possível constatar, com números, o que já se observa na prática. Entre catorze artigos, catorze parágrafos e 38 incisos, apenas dois itens se referem ao trabalho do professor em sala de aula. Esse parece um assunto secundário, menos relevante do que a ideologia atrasada que domina as faculdades de pedagogia.
Como essa ideologia se manifesta?
Por exemplo, na bibliografia adotada nesses cursos, circunscrita a autores da esquerda pedagógica. Eles confundem pensamento crítico com falar mal do governo ou do capitalismo. Não passam de manuais com uma visão simplificada, e por vezes preconceituosa, do mundo. O mesmo tom aparece nos programas dos cursos, que eu ajudo a analisar no Conselho Nacional de Educação. Perdi as contas de quantas vezes estive diante da palavra dialética, que, não há dúvida, a maioria das pessoas inclui sem saber do que se trata. Em vez de aprenderem a dar aula, os aspirantes a professor são expostos a uma coleção de jargões. Tudo precisa ser democrático, participativo, dialógico e, naturalmente, decidido em assembléia.
Quais os efeitos disso na escola?
Quando chegam às escolas para ensinar, muitos dos novatos apenas repetem esses bordões. Eles não sabem nem como começar a executar suas tarefas mais básicas. A situação se agrava com o fato de os professores, de modo geral, não admitirem o óbvio: o ensino no Brasil é ainda tão ruim, em parte, porque eles próprios não estão preparados para desempenhar a função.
Por que os professores são tão pouco autocríticos?

Eles são corporativistas ao extremo. Podem até estar cientes do baixo nível do ensino no país, mas costumam atribuir o fiasco a fatores externos, como o fato de o governo não lhes prover a formação necessária e de eles ganharem pouco. É um cenário preocupante. Os professores se eximem da culpa pelo mau ensino – e, conseqüentemente, da responsabilidade. Nos sindicatos, todo esse corporativismo se exacerba.
Como os sindicatos prejudicam a sala de aula?
Está suficientemente claro que a ação fundamental desses movimentos é garantir direitos corporativos, e não o bom ensino. Entenda-se por isso: lutar por greves, aumentos de salário e faltas ao trabalho sem nenhuma espécie de punição. O absenteísmo dos professores é, afinal, uma das pragas da escola pública brasileira. O índice de ausências é escandaloso. Um professor falta, em média, um mês de trabalho por ano e, o pior, não perde um centavo por isso. Cenário de atraso num país em que é urgente fazer a educação avançar. Combater o corporativismo dos professores e aprimorar os cursos de pedagogia, portanto, são duas medidas essenciais à melhora dos indicadores de ensino.
A senhora estende suas críticas ao restante da universidade pública?
Há dois fenômenos distintos nas instituições públicas. O primeiro é o dos cursos de pós-graduação nas áreas de ciências exatas, que, embora ainda atrás daqueles oferecidos em países desenvolvidos, estão sendo capazes de fazer o que é esperado deles: absorver novos conhecimentos, conseguir aplicá-los e contribuir para sua evolução. Nessas áreas, começa a surgir uma relação mais estreita entre as universidades e o mercado de trabalho. Algo que, segundo já foi suficientemente mensurado, é necessário ao avanço de qualquer país. A outra realidade da universidade pública a que me refiro é a das ciências humanas. Área que hoje, no Brasil, está prejudicada pela ideologia e pelo excesso de críticas vazias. Nada disso contribui para elevar o nível da pesquisa acadêmica.
Um estudo da OCDE (organização que reúne os países mais industrializados) mostra que o custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – e o país responde por apenas 2% das citações nas melhores revistas científicas. Como a senhora explica essa ineficiência?
Sem dúvida, poderíamos fazer o mesmo, ou mais, sem consumir tanto dinheiro do governo. O problema é que as universidades públicas brasileiras são pessimamente administradas. Sua versão de democracia, profundamente assembleísta, só ajuda a aumentar a burocracia e os gastos públicos. Essa é uma situação que piorou, sobretudo, no período de abertura política, na década de 80, quando, na universidade, democratização se tornou sinônimo de formação de conselhos e multiplicação de instâncias. Na prática, tantas são as alçadas e as exigências burocráticas que, parece inverossímil, um pesquisador com uma boa quantia de dinheiro na mão passa mais tempo envolvido com prestação de contas do que com sua investigação científica. Para agravar a situação, os maus profissionais não podem ser demitidos. Defino a universidade pública como a antítese de uma empresa bem montada.
Muita gente defende a expansão das universidades públicas. E a senhora?
Sou contra. Nos países onde o ensino superior funciona, apenas um grupo reduzido de instituições concentra a maior parte da pesquisa acadêmica, e as demais miram, basicamente, os cursos de graduação. O Brasil, ao contrário, sempre volta à idéia de expandir esse modelo de universidade. É um erro. Estou convicta de que já temos faculdades públicas em número suficiente para atender aqueles alunos que podem de fato vir a se tornar Ph.Ds. ou profissionais altamente qualificados. Estes são, naturalmente, uma minoria. Isso não tem nada a ver com o fato de o Brasil ser uma nação em desenvolvimento. É exatamente assim nos outros países.
As faculdades particulares são uma boa opção para os outros estudantes?
Freqüentemente, não. Aqui vale a pena chamar a atenção para um ponto: os cursos técnicos de ensino superior, ainda desconhecidos da maioria dos brasileiros, formam gente mais capacitada para o mercado de trabalho do que uma faculdade particular de ensino ruim. Esses cursos são mais curtos e menos pretensiosos, mas conseguem algo que muita universidade não faz: preparar para o mercado de trabalho. É estranho como, no meio acadêmico, uma formação voltada para as necessidades das empresas ainda soa como pecado. As universidades dizem, sem nenhum constrangimento, preferir "formar cidadãos". Cabe perguntar: o que o cidadão vai fazer da vida se ele não puder se inserir no mercado de trabalho?
Nos Estados Unidos, cerca de 60% dos alunos freqüentam essas escolas técnicas. No Brasil, são apenas 9%. Por quê?
Sempre houve preconceito no Brasil em relação a qualquer coisa que lembrasse o trabalho manual, caso desses cursos. Vejo, no entanto, uma melhora no conceito que se tem das escolas técnicas, o que se manifesta no aumento da procura. O fato concreto é que elas têm conseguido se adaptar às demandas reais da economia. Daí 95% das pessoas, em média, saírem formadas com emprego garantido. O mercado, afinal, não precisa apenas de pessoas pós-graduadas em letras que sejam peritas em crítica literária ou de estatísticos aptos a desenvolver grandes sistemas. É simples, mas só o Brasil, vítima de certa arrogância, parece ainda não ter entendido a lição.
Faculdades particulares de baixa qualidade são, então, pura perda de tempo?
Essas faculdades têm o foco nos estudantes menos escolarizados – daí serem tão ineficientes. O objetivo número 1 é manter o aluno pagante. Que ninguém espere entrar numa faculdade de mau ensino e concorrer a um bom emprego, porque o mercado brasileiro já sabe discernir as coisas. É notório que tais instituições formam os piores estudantes para se prestar às ocupações mais medíocres. Mas cabe observar que, mesmo mal formados, esses jovens levam vantagem sobre os outros que jamais pisaram numa universidade, ainda que tenham aprendido muito pouco em sala de aula. A lógica é típica de países em desenvolvimento, como o Brasil.
Por que num país em desenvolvimento o diploma universitário, mesmo sendo de um curso ruim, tem tanto valor?
No Brasil, ao contrário do que ocorre em nações mais ricas, o diploma de ensino superior possui um valor independente da qualidade. Quem tem vale mais no mercado. É a realidade de um país onde a maioria dos jovens está ainda fora da universidade e o diploma ganha peso pela raridade. Numa seleção de emprego, entre dois candidatos parecidos, uma empresa vai dar preferência, naturalmente, ao que conseguiu chegar ao ensino superior. Mas é preciso que se repita: eles servirão a uma classe de empregos bem medíocres – jamais estarão na disputa pelas melhores vagas ofertadas no mercado de trabalho.
A tendência é que o mercado se encarregue de eliminar as faculdades ruins?
A experiência mostra que, conforme a população se torna mais escolarizada e o mercado de trabalho mais exigente, as faculdades ruins passam a ser menos procuradas e uma parte delas acaba desaparecendo do mapa. Isso já foi comprovado num levantamento feito com base no antigo Provão. Ao jogar luz nas instituições que haviam acumulado notas vermelhas, o exame contribuiu decisivamente para o seu fracasso. O fato de o MEC intervir num curso que, testado mais de uma vez, não apresente sinais de melhora também é uma medida sensata. O mau ensino, afinal, é um grande desserviço.
A senhora fecharia as faculdades de pedagogia se pudesse?
Acho que elas precisam ser inteiramente reformuladas. Repensadas do zero mesmo. Não é preciso ir tão longe para entender por quê. Basta consultar os rankings internacionais de ensino. Neles, o Brasil chama atenção por uma razão para lá de negativa. Está sempre entre os piores países do mundo em educação.

FONTE:REVISTA VEJA EDIÇÃO 2088.